A empresa Bahia Mineração (Bamin), responsável pela exploração de ferro
na região de Caetité, no sudoeste baiano, foi obrigada pela justiça a
reintegrar a posse do Terreiro de Axé Ilé Cicongo Roxo Mucumbe de
H’Anzambi. O local de culto afro fica situado no distrito de Brejinho
das Ametistas e desde 2006 foi declarado como patrimônio afrocultural
brasileiro, pelo Ministério da Cultura, e de utilidade pública, pelo
Estado da Bahia. Os donos do terreiro entraram com a Ação de
Reintegração de Posse, justificando que a empresa estava querendo se
apossar da área e impedir o acesso dos adeptos aos cultos. A decisão de
que o lugar deveria permanecer como terreiro foi tomada pelo juiz José
Eduardo das Neves Brito, da comarca de Caetité, em agosto, que exigiu da
Bamin a reintegração de posse. Outro problema que a Bahia Mineração
está enfrentando é em relação às nascentes do Rio Pedra de Ferro,
situadas entre os municípios de Caetité e Pindaí. Os defensores das
nascentes alegam que a empresa pretende desmatar a vegetação e destruir
as nascentes. Por causa disso, as famílias que dependem das nascentes
foram convocadas para uma Audiência Pública nesta quinta-feira (17), na
comunidade de João Barroca. No encontro foi discutida a situação das
terras que defensores consideram terem sido apropriadas irregularmente
pela Bamin. “A Bamin está prestes a colocar no chão toda uma mata, entre
Caetité e Pindaí, com árvores centenárias e espécies raras, berço de
nascentes que mantém vivo o rio Pedra de Ferro, que sacia centenas de
famílias durante o ano e milhares, no período da seca. Com a voracidade e
sede pelo dinheiro, a Bamin quer derrubar tudo e transformar esse vale
num imenso mar de lamas e lágrimas”, afirmou Gilmar Santos, integrante
da Comissão Pastoral da Terra – CPT Regional Bahia. As informações são
do Racismo Ambiental.
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